domingo, 31 de maio de 2009

A receita esquecida - Franguisco à Scarpa

Puxaram minha orelha! E com razão. Esqueci de postar a receita do "Franguisco à Scarpa". Tudo bem...agora: a "tão esperada" receita na íntegra! Experimente: é fácil, é rápido e é delicioso.



Primeiro é preciso temperar o frango. O tempero básico é composto de limão (ou vinagre), alho, um pouco de sal e pimenta do reino. Para 800 gr de sobrecoxa com osso, eu recomendo 3 limões inteiros e 5 dentes de alhos. Utilize um saco plástico descartável para juntar o frango aos temperos. Isso pertimirá um maior contado entre os ingredientes. Esprema os limões e esmague grosseiramente os dentes de alhos e coloque-os dentro do saco plástico. Lave as sobrecoxas e coloque-as dentro do saco plástico. Adicione um pouco de sal. Finalize com pimenta do reino. Ao fechar o saco plástico, retire o ar interno antes de dar o nó. Mantenha refrigerado por pelo menos 3 horas (o ideal é o período de 12 horas).

Após a "marinada" (pelo menos 3 horas!) coloque o saco plástico sobre uma assadeira. Rasgue o saco plástico e deixe escorrer todo o tempero dentro da assadeira. Descarte os limões (e o saco plástico também). Disponha as sobrecoxas sobre a forma (não deixe muito próximas uma das outras). Abra uma lata (350 ml) de cerveja caracu. Despeje sobre a assadeira. Pronto. É só levar ao forno.


Asse durante uma hora e vire as sobrecoxas. Asse por mais uma hora. Está definitivamente pronto. Temperatura do forno? 180º - fogo baixo. Preste atenção na casquinha que formará no fundo da assadeira: não sei se é saudável (honestamente... acho que deve ser cheia de colesterol), mas é deliciosa. Para aproveitá-la a assadeira deve ser anti-aderente. O frango fica delicioso. A casquinha também, mas seu consumo é arriscado. Prefira as sobrecoxas não desossadas. Além de conferir mais sabor, os ossos ajudam a mantê-las aquecidas por mais tempo. Bom apetite!


sexta-feira, 29 de maio de 2009

Esfiha LactoVegetariana - mas ninguém vai dizer que é.



Não se deixe levar só pela aparência. O sabor é muito parecido com esfiha de carne. Há muito tempo a soja deixou de ser um alimento "bichogrilo", mas o preconceito continua. Eu sou carnívoro, mas muitas vezes promovo a substituição. Comer carne ou não é uma escolha pessoal. O fato é que a proteína animal é banalizada, consumida sem responsabilidade e sem respeito. Repito, sou carnívoro: mas não fico indiferente diante das propagandas de produtos derivados de frango apresentados pelos próprios bichinhos, todos sorridentes. Isso é mentira. Proteína animal implica em morte. Por isso respeito a carne, seja no preparo, seja no consumo. Admiro os vegetarianos, mas não sou um deles. Entre a ausência de consumo proteína animal e a sua banalização, fico no "caminho do meio". De qualquer forma, preparei essa receita que agradará a gregos e troianos. Seu preparo não é tão difícil, mas é um pouco trabalhoso. Amanhã conferimos.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Alcachofra - O coração

Você já pode saborear a sua alcachofra: retire as pétalas uma a uma e mergulhe sua base carnuda no molho. Somente esta base carnuda da pétala é comestível (além do fundo é claro). Grande ironia: quando acabarem as pétalas a refeição realmente começa: retire os "espinhos" - não se preocupe, eles não perfuram. Na verdade não são espinhos, mas espécie de pistilo. São macios mas não são comestíveis. Retirando os espinhos você chega ao coração. Respeito. Bom apetite!

Alcachofra - O molho

Esse é o modo mais simples de comer alcachofras. Algumas receitas incluem recheios bem variados. Esse é o meu preferido: uma pouco de balsâmico, um pouco de azeite e sal. Reserve.

Alcachofra - O cozimento

Mais fácil do que preparar um chá! Ferva quantidade de água suficiente para cobrir as alcachofras. Mergulhe as flores cuidadadosamente na água. Adicione um pouco de vinagre, tampe e deixe cozinhar por aproximadamente 30 minutos em fogo baixo. Para ter certeza que estão cozidas, retire uma das pétalas: quando descolarem com facilidade estarão prontas. Caso contrário deixe cozinhar por mais cinco minutos e repita o teste da descolagem. Você pode cozinhar em panela de pressão. Contudo fica mais difícil verificar o ponto do cozimento.

Alcachofra - A higienização

O preparo é muito fácil, mas não é por isso que você vai descuidar da higienização do alimento. Sem querer ser alarmista, mas 3 em cada 4 alcachofras que eu compro serve de "morada" para alguma "lagartinha". Pense positivo: sinal de pouco agrotóxico (quero crer). Aqui em São Paulo, o pólo produtor de alcachofras fica em Piedade. As alcachofras geralmente são vendidas com o talo. Despreze-o. Aproveite e extraia algumas pétalas externas, próximas à base (provavelmente estão danificadas). Eu costumo cortar as pontas das pétalas. Você não precisa fazer isso. Algumas pessoas cortam radicalmente a ponta da flor (aproximadamente 4 cm). Lave bem todas as pétalas. Afaste-as com o dedo durante a lavagem e verifique eventuais "habitantes". Finalize com um "banho" em solução clorada por 20 minutos.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Alcachofra - Cynara scolymus



Flor? Hortaliça? Remédio?
Alcachofra remete à minha infância: para mim sempre foi dia de festa. Há algum tempo (alguns bons anos), não era fácil encontrar alcachofras durante o ano todo. Imagine uma criança comendo alcachofra: (1) come-se com a mão, puxando as pétalas uma a uma (2) "molha-se" cada pétala num molho. (3) o "coração" (miolo) da flor era parte proibida! Só adulto podia comer. Lembro desse prato criando expectativas e gerando transgressões: expectativa de tornar-se adulto e transgressão de comer sem o uso de talheres.
Hoje em dia encontra-se alcachofra praticamente o ano inteiro (o preço, contudo, varia durante o ano). Foi trazida ao Brasil, provavelmente por imigrantes Italianos. Algumas famílias não comiam por considerá-la comida de pobre, praticamente um "mato". Coisas da gastronomia.
Pode ser preparada de diversas formas. Todas realmente simples. Aguardem a receita...

terça-feira, 26 de maio de 2009

Torta Folhada de banana - O forno


Quase pronto! Unte a forma com um pouco de manteiga (se for anti aderente não precisa untar com farinha - normalmente a massa folhada, por conter muita gordura, não gruda na forma). Deixe descansar em geladeira por 15 minutos. Aproveite esse tempo e pré-aqueça o forno (temperatura 180º). Deixe assar por aproximadamente 40 minutos. Observe a cor da massa durante esse tempo: quando ficar dourada, estará pronta. Sirva quente! Cuidado.

Torta Folhada de banana - finalização da massa

Para finalizar basta pincelar gema de ovo sobre a massa. (1) lave e quebre um ovo para separar a clara da gema (2) pincele a gema sobre toda a massa (3) polvilhe com açúcar . Prontos para assar? Quase...

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Torta Folhada de banana - Fechando a torta

Fazer massa folhada dá trabalho e requer alguma preparo. Humano que sou, não tenho esse preparo ainda. Utilizo massa folhada pronta, congelada e ao alcance de todos em diversos supermercados. Siga as instruções do fabricante. Normalmente a massa deve ser retirada do congelador com uma antecedência de 2 horas. Seja paciente: se abrir a massa antes do tempo ela vai rachar! Eu avisei. (1) desenrole a massa folhada e faça o corte de acordo com o tamanho desejado - quer uma sugestão? Divida em 6! (2) coloque o recheio conforme instrução anterior (3) dobre a massa ao meio (4) dobre as bordas (5) utilize um garfo para travar as dobras. Amanhã: a finalização. Aguardem.

Torta Folhada de banana - O Recheio

Recheio fácil: ( 1) selecione bananas maduras (2) descasque e corte ao meio (3) pique as bananas (4) coloque as bananas picadas no centro da massa folhada (5) adicione um pouco de açúcar - aproximadamente 1 colher pequena (6) espalhe um pouco de canela em pó. A banana será assada junto com a massa.

domingo, 24 de maio de 2009

Torta Folhada de banana

Mais uma sobremesa muito fácil de preparar. A massa (folhada) você compra pronta e o recheio não não dá trabalho algum. Servida quente é uma ótima opção nesses dias mais frios. Um sorvete de canela ou creme forma uma excelente composição. Amanhã: passo a passo.

sábado, 23 de maio de 2009

Visconde de Sabugosa - O Milho Verde

Simples, rápido e saboroso.


Preparar milho verde cozido é muito fácil. Eu não costumo comer milho preparado nos famosos carrinhos de rua. Apesar da "água fervida" (que, em tese, mataria eventuais bactérias) a higiene na hora de servir é muito precária. O vendedor sequer lava as mãos. Felizmente, prepará-lo em casa é muito rápido e barato. Durante a compra, escolha as espigas conforme o seu gosto pessoal. Espigas com milho claro (novo) são mais macias. Particularmente gosto das espigas bem amarelas, com a polpa maturada. Apesar de serem menos macias, são ricas em sabor. Ferva quantidade de água suficiente para cobrir as espigas. Lave e higienize (com solução clorada) as espigas. Se você usar uma panela pequena será necessário cortá-las ao meio. Coloque as espigas na água quente e tampe. NÃO ADICIONE SAL ! Se o milho for cozido em água salgada vai ficar duro em razão das osmose. Utilize um garfo para verificar o cozimento (extraia alguns grãos e prove). Para salgar as espigas siga o procedimento seguinte:




Coloque uma generosa porção de sal em uma vasilha (a espiga deverá caber nessa vasilha). adicione água potável e dissolva o sal com a ajuda de um garfo. Coloque o milho ainda quente dentro dessa solução salina. Deixe escorrer o excesso e sirva. Evidentemente, você pode servir com manteiga também.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Suspiro Fondante - Forno

Não tem segredo. Queria fazer tortas pequenas mas não tinha as formas no tamanho pretendido. Resolvi improvisar com as embalagens de alumínio (para "marmitex") e funcionou. Em regra o creme dobra de tamanho. Se encher demasiadamente a sobremesa irá transbordar e sujar o forno. Não vá chorar o leite derramado depois. Lembre-se: o forno deve estar pré-aquecido, temperatura baixa, 180 graus. Asse por 70 minutos. Está pronto. Desenforme e leve à geladeira depois que esfriar. Note as rachaduras da foto. A camada de suspiro inevitavelmente craquela (racha). Isso não é motivo de frustação!

Suspiro Fondante - Preparo

Verdadeiramente muito fácil: (1) bata as claras em velocidade alta por aproximadamente 5 minutos - Esqueça o relógio e observe a textura: desligue a batedeira e verifique se as claras grudaram nos batedores sem pingar (2) ligue novamente a batedeira mas reduza um pouco a velocidade inicial e adicione o açúcar em pequenas porções (3) repita o procedimento com o cacau em pó (4) adicione o vinagre balsâmico - eu sei: parece esquisito. A acidez do vinagre provoca o elastecimento da proteína contida na clara. Usamos o vinagre pela reação química e não pelo seu sabor (5) desligue a batedeira e incorpore o chocolate meio amargo picado. Use uma espátula. Está pronto para ir ao forno.

Suspiro Fondante - Ingredientes

Além das claras de seis ovos, você vai precisar: (1) 300 gramas de açúcar de confeiteiro (2) 50 gramas de cacau em pó - peneirado (3) 60 gramas de chocolate meio amargo - picado (4) 3 colheres - do padrão sopa - de vinagre balsâmico.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Suspiro Fondante

Imagine uma sobremesa com textura crocante (suspiro de chocolate) e recheio macio de chocolate (semelhante a uma mousse) e, de quebra, mais pedaços de chocolate. Especial para chocólatras. Quem não gosta tanto de chocolate pode serví-la com creme inglês (a receita do creme fica para outro dia). Vai equilibrar a sobremesa. Eu comentei que durante o preparo do Créme Brûlée eu "ganho" uma sobremesa extra. Isto porque enquanto o creme utiliza apenas as gemas do ovo, essa sobremesa é confecciona com as claras. É fácil de preparar e absolutamente deliciosa. Aguardem!



quarta-feira, 20 de maio de 2009

"Franguisco à Scarpa" - ou - Sobrecoxas com Cerveja Caracu

Essa é uma receita para quem não gosta de trabalho. Muito fácil de preparar, pode apostar (aproveite o tempo livre e vá até o Jockey Clube). A receita original deve ser preparada com Perdiz (da mais alta estirpe). Contudo, em razão das "vacas magras", da crise mundial e da fusão da Sadia com a Perdigão (que não vende perdiz), vamos utilizar o frango mesmo (até para não perder o trocadilho com o nome do prato). A Família Scarpa, homenageada pela receita (Receita Culinária, não a Federal), foi proprietária da Marca CARACU, a cerveja forte e encorpada (sem trocadilho maldoso) que já foi objeto de uma matéria específica neste blog (vide postagem de 21/04/09). Por essa razão, esse frango será preparado com a famosa cerveja que outrora pertenceu à família. Se você acha que isso é apenas uma brincadeira vai se surpreender com a facilidade do preparo e com o sabor do frango. Você vai precisar de: (1) 1 kilo de sobrecoxa com pele e com osso (2) 3 limões (3) 6 dentes de alho (4) 1 lata de cerveja caracu (5) sal (6) pimenta do reino. Sugiro como acompanhamento batatas assadas. Você pode assar as batatas juntamente com o frango. Se preferir uma receita mais leve (insisto: sem trocadilhos maldosos) utilize batatas cozidas. A íntegra da receita daqui a pouco...

terça-feira, 19 de maio de 2009

Café da manhã em família

Este final de semana visitei meu primo Rogério e a sua esposa Angélica em Brasília. Fui convidado para provar o café da manhã. Pela imagem acima deu para perceber que ainda tenho algum prestígio na família. Muito capricho na recepção e no café da manhã. Gostei tanto que pretendo voltar e hospedar-me (com pensão completa) no apartamento do casal. Rogério e Angélica: MUITO obrigado pelo delicioso café da manhã! Aguardem minha visita.

Crème Brûlée - Parte 7 - Brûlée, o caramelo

O Créme Brûlée tem seu preço. Além da baunilha natural, investir na compra de um maçarico será essencial. Há, de fato, outras técnicas para formar a crosta crocante sob a superfície. Contudo são técnicas lentas e trabalhosas (uma delas é aquecer a face de uma colher e encostá-la no açúcar, várias e várias vezes). Esses maçaricos de uso culinário estão cada vez mais acessíveis, embora ainda seja uma extravagância para quem não o utiliza com muita frequência. Uma certeza: para os amantes do creme brûlée eu garanto que vale o investimento. Não encontro essa sobremesa por menos de R$ 14,00 nos restaurantes. Só para o meu consumo pessoal já valeu o investimento - isso sem contar seu uso em outras receitas. Mas é preciso cuidado ao manuseá-lo. A temperatura pode alcançar a marca de 1300° e é fácil imaginar o estrago que pode fazer na nossa pele. Não compre porcaria. Já vi maçarico sendo vendido à R$ 12,00 (menos do que uma sobremesa). É feito em plástico e não apresenta a menor confiabilidade. Bem, vamos à finalização. Utilize o açúcar abaunilhado (vide postagem do dia 14/05/2009). (1) Coloque o açúcar sob a sobremesa e espalhe utilizando uma colher. Você vai precisar de menos do que uma colher das de sobremesa para cada ramequim. (2) Ao espalhar, certifique-se de que a camada está uniforme – com a mesma espessura por toda a sua extensão. (3) Acenda o maçarico – escolha um maçarico que tenha acendimento automático (4) comece queimando as bordas da sobremesa (5) finalize a queima pelo seu centro (6) cuidado para não escurecer o açúcar. Não aproxime demasiadamente o maçarico. (7) Resista ao impulso destruidor: não fique queimando o açúcar aleatoriamente: finalize a queima de uma parte e na seqüência faça a queima da parte imediatamente lateral. Está pronto. Muito cuidado! O ramequim deve estar muito quente. Utilize um pano ou uma luva térmica. Sirva em seguida.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Crème Brûlée - Parte 6 - Forno e Geladeira

(1) reserve os ramequins lado a lado; (2) complete cada ramequim com o creme (3) abra o forno pré-aquecido e, com muito cuidado, disponha os ramequins na forma com água quente - vide parte 1 (4) mantenha o forno à temperatura de 180 graus (5) o tempo aproximado de cozimento é de 50 minutos- para ter certeza que o creme está pronto, verifique sua consistência "balançando" a forma: a camada superior deve estar firme, jamais líquida (6) desligue o forno e deixe esfriar à temperatura ambiente (7) Cubra os ramequins com filme plástico (8) mantenha por pelo menos oito horas em geladeira. Estão prontos para a parte final.

Crème Brûlée - Parte 5 - O creme propriamente dito

(1) Adicione aproximadamente 150 gramas de açúçar num recipiente com bordas altas - se estiver usando uma xícara como medida, preencha a metade do seu conteúdo; (2) adicione as gemas individualmente adotando o seguinte procedimento: (a) disponha a gema sob uma peneira fina (b) rompa sua película (3) bata na borda da peneira a fim de que a gema escorra e caia sob o açúcar (c) a película ficará retida na peneira (d) lave a peneira e repita o procedimento ao adicionar cada uma das gemas; (3) Incorpore o açúcar e as gemas com o auxílio de um garfo ou de um fouet (4) adicione pequenas porções do creme de leite e misture (5) repita esse procedimento com calma até incorporar todo o creme de leite - resista à tentação de adicionar o creme de leite de uma só vez: o calor pode cozinhar as gemas e formará grumos (6) transfira o creme para uma peneira de pano - eu comprei um coador de café de pano EXCLUSIVO para preparar essa receita - Não invente: nada de coador de papel e jamais utilize um coador usado no preparo de café. O creme está quase pronto. Lembre-se: o forno já deve estar aquecido. Finalizaremos o cozimento no próximo passo.
Em tempo: eu adiciono as sementes de baunilha antes de coar o creme com a finalidade de preservar a cor e textura da sobremesa. Pode parecer disperdício (pois as sementes ficarão retidas na peneira), mas não há grande prejuízo no sabor e no aroma.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Crème Brûlée - Parte 4 - Os ovos

Seis ovos? Não, seis gemas. As claras serão usadas em outra sobremesa. A literatura científico-gastronômica assegura que as claras podem ser armazenadas por 3 dias em geladeira. Eu utilizo no mesmo dia. Mas por enquanto só usaremos as gemas. (1) lave muito bem cada um dos ovos (2) seque-os (3) quebre o ovo e separe a gema da clara (4) reserve. Separar a clara da gema é muito fácil. Hoje eu utilizo um separador fabricado em plástico (vide foto). Custa apenas R$ 2,00 e não ocupa espaço na gaveta. Antes eu utilizava as metades da casca do próprio ovo para separar a gema. A cada 10 separações uma gema explodia (rompia). Vale a pena investir no separador de gemas. Se você vai casar, inclua em sua lista de chá bar ou chá de panela. Essa peça é tão barata que você vai poder pedir o maçarico também. Maçarico? Aguardem.

Crème Brûlée - Parte 3 - O Creme de leite

O creme de leite utilizado é o fresco. Esqueça os cremes em caixas ou em lata. Apesar de ser pasteurizado, por questões sanitárias, o creme é considerado um produto fresco, daí sua denominação. Para esta receita será necessário uma garrafa de 500 ml. Aqueça em fogo baixo sem deixar ferver. Mexa o creme de leite durante o aquecimento. Adicione as sementes de baunilha nesse momento, e misture até incorporá-las ao creme. Desligue o fogo e deixe amornar (reduzir a temperatura mas ainda em montantes superior ao ambiente).

Crème Brûlée - Parte 2 A - Açúcar "abaunilhado"

A casca da fava de baunilha também será utilizada. Depois de raspar as sementes, faça outro corte na casca. Disponha a casca corta em um recipiente que possa ser fechado hermeticamente. Adicione açúcar refinado sobre a casca. Tampe e conserve em lugar seco e fresco. O açúcar vai incorporar o aroma da baunilha. Costumo utilizar esse açúcar para finalizar a sobremesa.

Crème Brûlée - Parte 2 - A Baunilha

Baunilha? Cadê o vidrinho? De fato, a essência de baunilha - vendida em vidrinhos- é mais conhecida e MUITO mais barata. O problema é que esse "vidrinho" não é baunilha. É claro que você não vai deixar de fazer essa sobremesa por conta disso. Baunilha de verdade é essa fava da primeira foto (parece uma vagem seca e escura) obtida de uma espécie de orquídea (vanilla planifolia). Não custa pouco (entre R$ 10,00 e R15,00, aqui em SP) mas faz diferença. Diria que meia fava já bastaria para essa receita. Usei uma fava inteira. Se optar pela essência artificial, adicione uma colher de sopa. Para utilizar a baunilha natural será necessário retirar as sementes das fava. Siga os seguintes passos: (1) faça um corte longitudinal por todo o comprimento da fava (2) utilizando a ponta da faca raspe a parte interna de uma das metades (3) não pressione muito para não arrancar as fibras da casca (4) reserve as sementes. O aroma é inconfundível.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Crème Brûlée - Parte 1 - Recipientes

Não despreze estes passos. Pode parecer excesso de zelo mas esses procedimentos fazem muita diferença. O creme é assado em banho maria e a quantidade de água deve ser cuidadosamente calculada para não molhar o creme. Eu utilizo ramequins (formas cerâmicas) mas você pode utilizar outros tipos de recipientes. Normalmente ele é servido em recipientes mais baixos e largos. O ramequim é uma ótima opção pois são versáteis e baratos. Serão utilizados em diversas receitas. Coloque todos os ramequins dentro da forma (assim mesmo, vazio). Adicione água até ultrapassar um pouco mais da metade da altura do recipiente. Retire todos os ramequins. Coloque a bandeja com a água no formo e acione a temperatura baixa (180 graus). Ao colocar a água com os recipientes dentro da forma, evitaremos erros na quantidade de água (nem para mais - nem para menos). Lembre-se: fazer isso com a água aquecida, além de perigoso, é muito mais difícil. A quantidade servida nessa receita é suficiente para o conteúdo aproximado de dez ramequins pequenos. Esse deve ser o primeiro procedimento da receita. Enquanto a água e o forno aquecem, damos continuidade ao preparo do creme.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Finalmente : Crème Brûlée

Numa das primeiras postagem deste blog, em 03 de março de 2009, escrevi sobre essa deliciosa sobremesa. Posso afirmar que é minha sobremesa favorita. A vantagem de preparar essa sobremesa é o fato de ganhar outra grátis. Explico: Utilizo 6 gemas ... logo ... "sobram" as claras ... que não serão dispensadas e formam outra incrível sobremesa. Amanhã: crème brûlée ao alcance de todos.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Roupa Velha - cozinhando com excessos

(1) Além dos "excessos" (vide postagem de ontem) você vai precisar de dois ovos inteiros (2) quebre os ovos numa vasilha (3) Bata os ovos - você pode usar um garfo (4) a textura deve ser cremosa e espumante (5) disponha o excesso de comida numa frigideira - preferencialmente anti-aderente. Acenda o fogo em intensidade baixa (6) espalhe os ovos batidos sobre a comida (7) se desejar adicione um pouco de salsinha picada - fica bom! (8) verifique se o lado inferior já está cozido. Use uma espátula e passe pelas laterais da frigideira (9) muito cuidado com os próximos passos: coloque um prato sob a frigideira. Pressione. Vire a frigideira. Transfira para a frigideira novamente, agora com o lado invertido. Faça tudo com calma para minimizar os riscos de queimadura. (10) termine o cozimento. Está pronto! Um prato novo com alimentos já utilizados. Muito saboroso. Em breve publicarei o preparo da tortilha espanhola.

domingo, 10 de maio de 2009

Roupa Velha



A "roupa velha" é a técnica de reciclar as sobras de comida em Portugal. Antigamente, usava-se a expressão para qualquer tipo de sobras, mas atualmente é usado para o prato derivado das sobras de bacalhau cozido. Aqui no Brasil torcemos o nariz para a palavra sobra. Ninguém quer, ninguém gosta. Sobra rima com cobra e com sogra, outra palavra com fonética horrível. Outro termo utilizado é a palavra resto. A vaidade humana despreza tudo que é resto. Comida é coisa séria e não combina com desperdício nem frescura em reaproveitá-la. Usando um pouco de retórica podemos inverter esse preconceito. Ao invés de usar o termo "sobras", deveríamos usar a expressão "excesso". Excesso remete nossas mentes à imagem de riqueza e fartura. Cozinhar com os excessos! Eis a roupa velha. Amanhã publicarei uma a roupa velha elaborada com os EXCESSOS da receita da "bacalhoada de atum"(vide postagem de 06/05/09).

sábado, 9 de maio de 2009

O bolo do monge

Essa semana fui ao Centro Velho da cidade e passei pelo Mosteiro de São Bento. Comprei um dos diversos bolos feitos pelos monges. Além dos bolos os monges fazem pães (pão de mel também). Escolhi o "Santa Escolástica" , um bolo feito de nozes e maçã. Segundo informações do Mosteiro, a receita foi trazida da suiça pelos monges europeus que vieram para a restauração dos mosteiros brasileiros. O preço? R$ 40,00. Não custa pouco mas vale a pena. Muito saboroso e equilibrado.


O sítio do mosteiro na internet: www.mosteiro.org.br
Em tempo: a entrada da loja fica no interior do mosteiro, onde são celebradas as missas.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Bacalhoada SEM bacalhau - Parte Final - A montagem

Essa etapa é muito simples. (1) utilize uma forma que possa ir ao forno (2) espalhe algumas rodelas de cebola por toda a base (3) coloque as 3 cabeças de alho no centro da forma - não precisa tirar as cascas (4) coloque uma camada de rodelas de batata (5) salpique a salsinha (6) espalhe um pouco as tiras de pimentão (7) chegou a hora do atum (8) repita a etapa fazendo outras camadas (9) coloque algumas azeitonas e regue com bastante azeite (10) leve ao forno em fogo baixo por 45 minutos. Para quem gosta de alho: ao servir a "bacalhoada" amasse alguns dentes de alho no prato. Você perceberá um sabor adocicado. O mesmo acontece com o pimentão se optar pelo preparo conforme a etapa 2. Eu não adiciono sal algum pois o atum em conserva já tem o suficiente para o meu paladar. Bom apetite.

Bacalhoada SEM bacalhau - Parte 2 - O pimentão

(1) Lave o pimentão (2) corte e despreze a sua "tampa" (3) retire as sementes com o auxílio de uma faca (4) faça um corte no sentido longitudinal - vale a pena olhar a foto (5) coloque as metades numa chapa grossa aquecida em fogo médio (6) vire as metades após 5 minutos e deixe por outros 5 minutinhos (7) corte em tiras finas no sentido transversal - olhe a foto novamente: agora você já sabe o que é longitudinal e transversal (8) o pimentão está pronto!

Bacalhoada SEM bacalhau - Parte 1 - Ingredientes

Mãos à obra! Você vai precisar de um pimentão (você pode usar qualquer cor), três batatas pequenas, três cebolas pequenas, três cabeças inteiras de alho (pequenas), salsinha e duas latas de atum. (1) descasque a batata e a cebola (2) lave e higinize a salsinha e as cabeças de alho (3) cozinhe as batatas - você pode cozinhar com casca se desejar (4) corte a cebola em rodelas finas (5) corte as batatas depois do cozimento - para saber se a batata ficou cozida, basta espetá-la com um garfo ou uma faca. A perfuração deve ser tenra, sem muita resistência. (6) retire os talos da salsinha (7) pique as folhas grosseiramente. E o pimentão? Você pode cortá-lo em tiras e partir para a etapa final: a montagem. Preferi fazer uma versão um pouco mais sofisticada sem, contudo, complicar muito. A etapa seguinte mostra como deixar o pimentão mais saboroso.






quarta-feira, 6 de maio de 2009

Bacalhoada SEM bacalhau



Sempre chamei este prato de "Bacalhoada de Atum". Bacalhau mesmo não tem. Alías, ele foi criado justamente para quem não gosta de bacalhau (peixe), mas gosta de tudo que o acompanha. Acabei gostando dessa versão e faço com uma certa regularidade. É um prato fácil de preparar e muito saudável. Uma refeição completa sem sujar a cozinha usando apenas uma panela e uma travessa. Detalhes só amanhã!

terça-feira, 5 de maio de 2009

Canja - parte 5 - O cozimento sob pressão


Conheço muita gente que tem medo de panela de pressão. A física explica: o cozimento sob pressão utiliza o mesmo princípio térmico das locomotivas a vapor. Nunca tive problemas (bato na madeira três vezes), mas sempre sigo as recomendações do fabricante. Caso tenha perdido o manual (é bem provável que você não tenha guardado) procure informações na internet. Por segurança nunca ultrapasso 1/2 do volume da panela. Respeite a panela de pressão, respeite. Para essa receita usei uma panela grande, com 7 litros de volume. Verifique sempre as válvulas (controladora de pressão e a de segurança), a borracha de vedação e promova as substituições quando necessário. Com esses cuidados siga em frente. Nunca tentei fazer canja numa panela convencional, mas imagino que a redução de líquidos (pela perda do vapor) demandará uma quantidade maior de água no início do preparo. Em suma: quem deve estar sob pressão é a panela não você. Observe o cozimento durante todo o preparo. Depois de fechada utilize o fogo médio. Preste atenção no início do cozimento: depois de uns 7 minutos a válvula comecará a girar . É sinal de que a pressão está surgindo. A partir desse ponto conte mais 15 minutos. Está pronto. Agora é necessário retirar pressão da panela. Observe novamente as recomendações dos fabricantes. Adianto que são duas as maneiras elementares de retirar a pressão: (1) com o uso de um objeto longo, levante vagarosamente a válvula para que a pressão saia - o vapor está em altíssima temperatura (2) coloque a panela sob água corrente para resfriá-la. Faça isso por 2 a três minutos. Por precaução levante a válvula mais uma vez.

Canja - parte 4 - O caldo

Pode rir! Esse caldo é absolutamente processado. O verdadeiro caldo de galinha deixarei para outro dia. Para facilitar o preparo há a opção do caldo pronto, vendido em cubos ou saquinhos. Eu utilizo uma unidade do caldo de galinha e outra do caldo de legumes. Para deixar a canja mais leve, opte pela versão sem gordura. Utilize a quantidade indicada pelo fabricante suficiente para 1 litro de caldo. Detalhe: esses caldos já contém sal. Para o meu paladar é mais do que suficiente. Contudo, se você gosta de canja um pouco mais salgada vai precisar adicionar sal. Quer uma sugestão? Siga a minha receita e adicione o sal depois de pronta se achar necessário.

Canja - parte 3 - A montagem

Coloque um pouco de óleo na panela de pressão. Ligue o fogo (intensidade média) e aqueça. coloque todos os vegetais (à exceção dos ramos de salsinha) e refogue. Adicione o frango chapeado. Coloque água até a metade da panela (aproximadamente 1 litro e meio - não se esqueça: o volume de ingredientes e líquidos não pode ultrapassar o volume de 2/3 da panela de pressão. Observe as instruções do fabricante). Aumente o fogo (intensidade alta). Coloque uma xícara (pequena - utilizada para servir café). Parece pouco mas, acredite, não é. Ok... você gosta de canja com muito arroz? Nessa caso utilize uma xícara e meia. Confie: é mais do que suficiente. Finalize com os ramos de salsinha. Faz toda diferença. Agora reduza o fogo à intensidade média.

Canja - parte 2 - Os vegetais

Você vai precisar de uma cenoura, três cebolas, três batatas médias, oito dentes de alho, dois ramos de salsinha e dois talos de salsão cortados (costumo congelar os talos do salão já cortados - separo porções em sacos plásticos e guardo no freezer). Descasque a cenoura as batatas as cebolas e os dentes de alho. Corte somente a cenoura, em duas ou três partes. Deixo as batata e e as cebolas inteiras. Elas podem se desmanchar na panela de pressão em porções menores. Não queremos isso.

Canja - parte 1 - O frango

Prefiro chapear (vide a postagem do dia 24/03/2009) o frango numa frigideira anti-aderente, mas você pode utilizar a própria panela de pressão. Eu utilizo meio peito de frango para duas porções. Faça cortes transversais na metade do peito por toda a sua extensão. Adicione um pouco de óleo na frigideira e coloque os pedaços do frango. Chapeie um dos lados por 4 minutos em fogo médio. Vire os pedaços de mantenha no fogo por mais 4 minutos. Reserve.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

A boa e "velha" Canja de Galinha - versão atualizada



Estava quase recuperado de um resfriado quando resolvi enfrentar uma maratona turística pelo interior de São Paulo. O saldo: 24 horas num ônibus (ida e volta), 10 horas de sono (em 48 horas), meu resfriado de volta, mas minha amiga Denise feliz com o seu casamento e a minha presença. Cansado de tomar remédios sintomáticos resolvi preparar a "boa e velha" Canja de Galinha. Todo mundo conhece e já tomou. Lembro da minha bisavó preparar uma canja tradicional com o pescoço e o "pé" da galinha. Resolvi fazer a minha versão sem essas iguarias. Nada contra a "canja da minha bisavó". Tenho certeza que o caldo era mais nutritivo e saboroso. A questão é puramente estética, sendo inclusive objeto de estudo. Mas isso eu explicarei uma outra hora. Segundo Camara Cascudo (História da Alimentação no Brasil), a canja teria seu primeiro registro no século XVI, por Garcia da Orta e Diogo do Couto, que a provaram pelas mãos de uma índia. A Canja de Galinha é sempre associada à convalescência (e eu acabo de fomentar esse preconceito), mas tenho o hábito de consumi-la nos dias frios, resfriado ou não. De qualquer forma é recomendável ter essa receita à mão. Não sei de a Denise e o Marcelo, recém casados, sabem preparar uma canja. De qualquer forma, amanhã vou publicar "passo a passo" a minha versão e espero que o casal goste. Em tempo: já estou me sentindo melhor do resfriado. Canja testada e aprovada.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Pesto simplificado


Parte 2
Quando quiser utilizar o pesto, basta retirar o molho base do congelador e "raspar". Transfira a quantidade desejada para outro recipiente. Adicione queijo parmesão ou pecorino e um pouco mais de azeite. Incorpore os ingredientes e já está pronto. Além desses ingredientes, a receita tradicional contém alho, sal e pinoles. Particularmente não utilizo sal. O alho só utilizo quando como sozinho. Os pinoles...bem...não deixo de fazer o molho só porque não tenho pinoles em casa.


Parte 1

Evidentemente o molho feito na hora tem melhor textura e mais frescor. Ocorre que muitas vezes sobram folhas de manjericão. Por essa razão, faço uma versão mais elementar do molho pesto e congelo para utilizar quando preciso ou quando tenho pouco tempo. (1) lave, selecione e higienize as folhas de manjericão (2) você pode utilizar um pilão. Se não tiver um, pegue uma faca e pique as folhas grosseiramente (3) repita o procedimento até formar uma pasta (4) coloque a pasta de folhas num recipiente que possa ser levado ao freezer (5) adicione uma generosa quantidade de azeite (6) limpe as bordas (7) cubra com filme plástico e congele.